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Desde o início do Cinema, inventores e produtores tentaram unir a imagem ao som, sincronizando os mesmos. Mas nenhuma técnica resultou até a década de 20. Assim sendo, durante 30 anos os filmes eram praticamente silenciosos, sendo acompanhados muitas vezes de música ao vivo, outras vezes de efeitos especiais, narração e diálogos escritos entre cenas, intitulados de intertítulos.

O filme mudo necessitava de ênfase maior na expressão corporal e facial, para que a audiência compreendesse melhor a representação. Actualmente, pode considerar-se estranho o overacting ou representação com maneiras exageradas dos actores da época, o que pode ter contribuído para que as comédias mudas se tornassem mais populares do que os dramas, daí que o exagero representativo seja mais próprio de uma comédia. Mesmo assim, há maior ou menor subtileza de representação, dependendo da habilidade do director e dos actores do filme.

 

O overacting era, muitas vezes, decorrente da actuação teatral, e alguns directores preferiam, por receio de ousar, manter a tradicional forma de representar. Atendendo aos exageros, muitos filmes silenciosos perante as actuais plateias podem parecer simplistas demais ou próprios da Cultura Camp, que é um jargão para comportamento, atitude ou interpretação exagerada, artificial ou teatral, ou um adjectivo que significa algo de mau gosto, muito artificial, exagerado, relacionado com a afetação, a uma estética especial que ironiza ou ridiculariza o que é predominante.

Os filmes mudos eram mais lentos, normalmente com 16 a 20 quadros por segundo, do que os filmes sonoros, com 24 quadros por segundo. Tal técnica era utilizada para acelerar a acção, em especial nas comédias. Esta era a padronização da velocidade de projecção de 24 quadros por segundo para filmes sonoros entre 1926 e 1930. Porém, os mesmos foram filmados em velocidades variáveis de 12 a 26 quadros por segundo, dependendo do ano e do estúdio.

 

O "Standard silent film speed" muitas vezes defende que o resultado dos filmes do cinematógrafo de Auguste e Louis Lumière são de 16 quadros por segundo, mas na prática industrial isso variava consideravelmente e não havia nenhum padrão real.

 

Cinegrafistas da época insistiam que a sua técnica de arranque foi, exactamente, 16 quadros por segundo, mas os modernos exames dos filmes mostram que isso pode ser um erro, que eles, muitas vezes, eram mais rápidos. A menos que, cuidadosamente, visualizados nas suas velocidades pretendidas, os filmes mudos podem parecer anormalmente rápidos ou lentos. No entanto, algumas cenas foram, intencionalmente, rápidas durante a filmagem, com o intuito de “acelerar a acção”, especialmente, em comédias e filmes de acção.

DO CINEMA MUDO AO SOUND DESIGN

The Jazz Singer - O Cantor de Jazz, realizado em 1927 por Alan Crosland, ocupa um lugar único na História Mundial do Cinema por ser o primeiro filme falado, lançado pela Warner Brothers. A sua pré-estreia foi em 6 de Outubro de 1927.

 

A Warner Brothers introduziu o sistema de som Vitaphone que era a gravação de som sobre um disco, até lançar o filme "The Jazz Singer", um musical que pela primeira vez na história do cinema tinha alguns diálogos e cantorias sincronizados aliados a partes totalmente sem som, então em 1928 o filme The Lights of New York (também da Warner Brothers), se tornaria o primeiro filme com som totalmente sincronizado.

 

O som gravado no disco do sistema Vitaphone foi logo sendo substituído por outro sistema como o Movietone da Fox, DeForest Phonofilm e Photophone da RCA com sistema de som no próprio filme. O Beijo, lançado em 1929 e protagonizado pela actriz sueca Greta Garbo, foi o último filme mudo da MGM e o último da história de Hollywood, com excepção de duas jóias raras de Chaplin: Luzes da Cidade e Tempos Modernos.

No final de 1929, o cinema de Hollywood já era quase totalmente falado. No resto do mundo, por razões económicas, a transição do mudo para o falado foi feito mais lentamente. Neste mesmo ano foram lançados grandes filmes com som como "Blackmail" de Alfred Hitchcock, "Applause" do director Rouben Mamoulian e "Chinatown Nights" de William Wellman.

Foi também no ano de 1929 criado os prémios Óscares ou Prémios da Academia que atribui uma premiação dedicada aos melhores profissionais do cinema.

 

A aplicação do som fez com que o cinema se diversificasse em termos de géneros. A partir desta nova tecnologia nascia o musical e também algumas comédias, em que a união entre os dois permitisse criar a comédia musical.

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