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SEMIÓTICA DO CINEMA

A semiótica é o estudo da semiose e dos signos, e que analisa todos os fenómenos culturais como se tratassem de um sistema de significação. É uma ciência que estuda a forma como o ser humano entende tudo o que o rodeia através de métodos sígnicos e do processo linguístico.

A semiose, termo criado por Charles Sanders Peirce, para definir a produção dos significados e a ciência que tem todo e qualquer fenómeno de produção de significação e de sentido, tem como objecto de investigação todas as linguagens possíveis.

Existem três tipos de semiótica:

- a peirceana ou americana: estuda a acção do signo.

- estruturalista ou semiologia: estuda os signos verbais.

- da cultura (russa): estuda a linguagem, literatura e fenómenos culturais.

A semiótica do cinema baseia-se no tipo de semiótica da cultura, de origem russa que se desenvolveu na universidade de Tartú na Estónia nos anos 60.

A cultura é formada por uma realidade simbólica própria, onde o próprio texto (poesia, peça de teatro, argumento de cinema) é um signo representativo da linguagem e fonte da simbolização e formação social da cultura, uma vez que, possui as suas próprias regras, com uma forma própria de modelos formalizados com capacidade de criar uma semiosfera (biosfera semiótica), um universo próprio daquela cultura, e que tem um tipo de código próprio capaz de criar uma linguagem específica dentro do contexto daquela arte.

Assim teatro, cinema, ortografia, dança, música, são artes que têm os seus próprios códigos culturais, a sua própria linguagem que gera todo um sentido na sua semiosfera, cada um deles é um mundo único.

 

O conceito de semiosfera é uma linha divisória que se refere à relação entre o que está dentro e o que está fora do espaço semiótico. É um espaço entre as linguagens, que permite reagrupar e atribuir novos significados aos sistemas de signos.

A linguagem faz parte da semiótica, devido ao facto de a linguística ser apenas um sistema de signos, entre muitos. O cinema e/ou uma estrutura de mitos são na verdade textos que transmitem significados.

Introdução de conceitos por alguns investigadores

Alguns investigadores da semiótica: Charles Sanders Peirce, Ferdinand de Saussure, Louis Hjelmslev, Umberto Eco, Roman Jakobson, Morris e Greimas.

Peirce (1867), descreveu três categorias universais de toda a experiência e pensamento importantes para a semiótica: a qualidade, a relação (reacção) e a representação (mediação).

Para Saussure, existiam dois tipos de relações no signo: a relação sintagmática, que são relações de contextualização e de presença e a relação paradigmática, que são relações associativas.

Para Hjelmslev, os signos são constituídos por quatro elementos e não dois, como propunha Saussure, ou seja, a expressão como o contexto possuem dois aspectos, a forma e o conteúdo.

Eco, introduziu novos conceitos, incluindo os "diagramas" que são os signos que representam relações abstractas como fórmulas lógicas, químicas e algébricas.

Jakobson (1896), introduziu o conceito das funções da linguagem: a emotiva, que denota a carga do emissor na mensagem; a injuntiva, relativa ao destinatário; a referencial, relativa ao que se fala; a fática, relativa ao canal da comunicação; a metalinguística, relativa ao código; e a poética, relativa à relação da mensagem consigo mesma.

Para Morris e Greimas, os signos dividem-se em: Sintáctico, ao nível da estrutura dos signos, o modo em como eles se relacionam e as suas possíveis combinações; Semântico, analisando as relações entre os signos e os respectivos significados; Pragmático, estudando o valor dos signos para os utilizadores, as reacções destes relativamente aos signos e o modo como os utilizamos.

Exemplo 1.

Semiótica do Matrix

The Matrix é um filme hipo-utópico que projecta de forma surrealista e expressionista no futuro máculas já existentes no presente.

Exemplo 2.

Semiótica do Batman

Bruce Wayne e a criação do seu alter-ego baseado no seu medo pelos morcegos, utilizando o mesmo para fazer justiça e lutar contra os criminosos. Uma história básica de herói conhecida que assenta em acontecimentos trágicos que o atormentam a vida inteira.

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